Vacinação para todos os povos indígenas
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB recebeu com muita satisfação a chegada da vacina contra Covid-19, pois ela é fruto do trabalho de muitas e muitos pesquisadores brasileiros e de outros países e é hoje a principal arma de enfrentamento da pandemia, que tanto impactou os povos indígenas.
Ao mesmo tempo em que comemoramos avanços, manifestamos também nossa profunda indignação ao plano de vacinação apresentado pelo Governo Federal por não incluir a totalidade dos indígenas que vivem no Brasil como grupo prioritário no cronograma de imunização.
vacinar é honrar nossos ancestrais
Acesse nosso manifesto, entenda e fortaleça essa luta para garantir a vacinação de todos os indígenas que vivem no Brasil, incluindo povos e grupos indígenas que se encontram no país em situação de migração ou de mobilidade transnacional provisória e os indígenas que vivem fora das terras demarcadas e em cidades.
Vacinação para todos os povos indígenas
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB, recebeu com muita satisfação a chegada da vacina contra Covid-19, pois ela é fruto do trabalho de muitas e muitos pesquisadores brasileiros e de outros países e é hoje a principal arma de enfrentamento da pandemia, que tanto impactou os povos indígenas.
Ao mesmo tempo em que comemoramos avanços, manifestamos também nossa profunda indignação ao plano de vacinação apresentado pelo Governo Federal por não incluir a totalidade dos indígenas que vivem no Brasil como grupo prioritário no cronograma de imunização.
Acesse nosso manifesto, entenda e fortaleça essa luta para garantir a vacinação de todos os indígenas que vivem no Brasil, incluindo povos e grupos indígenas que se encontram no país em situação de migração ou de mobilidade transnacional provisória e os indígenas que vivem fora das terras demarcadas e em cidades.
É possível acompanhar a vacinação dos povos indígenas através de três fontes diferentes.
Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI)
1ª dose
2ªdose
A Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) tem vacinado as pessoas indígenas aldeadas, e o faz através dos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI).
A SESAI, contabiliza 409.883 pessoas indígenas (com 18 anos ou mais) a serem vacinadas pelos DSEIs, sem apresentar informações demográficas que comprovem seu levantamento.
Contador atualizado em:
12 de abril 2021, às 19:24
No entanto este número pode não traduzir a realidade da população indígena.
Entenda um pouco mais:
O PÚBLICO ALVO DA SESAI
A SESAI declara que considera, como público alvo da campanha de vacinação, a população indígena com 18 anos ou mais atendida pelo Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SASISUS), incluindo-se as especificidades da ADPF 709.
Dessa maneira, o público-alvo da campanha deverá ser composto pelas pessoas residentes em terras indígenas homologadas (já atendidas pelo SASISUS) e por aquelas residentes em áreas ainda não homologadas (referidas com vistas a contemplar as recomendações da ADPF 709). Não existe menção ou informação sobre a população indígena em áreas urbanas.
A SESAI informou que as informações foram retiradas doSistema de Informações da Atenção à Saúde Indígena (SIASI) de novembro de 2020, no entanto, suas bases de dados não são abertas ao público. Logo, não é possível verificar as informações e monitorar a cobertura do público-alvo da campanha, particularmente daqueles nas terras indígenas não homologadas.
A COBERTURA VACINAL
Cobertura vacinal é o indicador em porcentagem do número de pessoas imunizadas completamente (1ª e 2ª dose) dentro de uma população específica.
A estimativa da cobertura ideal é de no mínimo 70% e idealmente acima de 90%.
As dificuldades de se estimar a população indígena
Para se estimar a população a ser vacinada, além do módulo demográfico do Siasi, também é possível trabalhar com os dados do IBGE. No entanto, devido à falta de atualização do censo, tem-se apenas as informações referentes a 2010.
Mesmo que fosse utilizada a metodologia de projeção de crescimento sobre a população indígena, segundo os indíces de crescimento indicados para populações indígenas em áreas rurais, esta apresenta lacunas que impossibilitam a análise.
Além disso, existem as informações da FUNAI, que apontam 662 terras indígenas (TI) no Brasil, das quais 613 deveriam ser consideradas pelo Censo 2020, já que são homologadas, regularizadas, declaradas ou já encaminharam o certificado de reserva indígena.
Dessas, o Censo 2010 disponibiliza informações de até 501 terras indígenas, o que mostra a ausência de informações demográficas de pelo menos 112 TIs.
Logo, temos muitos desafios para estimar a população desses 112 territórios.
Recomendamos para melhoria dessas estimativas que houvesse um trabalho colaborativo entre SESAI, FUNAI, IBGE e organizações indígenas, que também possuem seus monitoramentos.
Rede Nacional em Dados em Saúde (RNDS)
1ª dose
2ª dose
A Rede Nacional de Dados em Saúde foi instituída portaria GM/MS n. 1.434, de 28 de maio de 2020 e tem o objetivo de promover a troca de informações entre os pontos da Rede de Atenção à Saúde, permitindo a transição e continuidade do cuidado nos setores público e privado.
A campanha de vacinação do governo federal, em sua nota sobre a população alvo convocada até o momento, declara ter como público alvo 413.739 pessoas indígenas dentro do grupo prioritário.
Contador atualizado em:
12 de abril de 2021, às 19:25
Última atualização da base de dados:
12 de abril de 2021, às 11:07.
Entenda de onde vem os dados do RNDS
O PÚBLICO ALVO DA RNDS
A página da Sala de Apoio à Gestão Estratégica, declara que a campanha de vacinação do Ministério da Saúde irá contemplar 413.739 pessoas indígenas como grupo priritário convocado até o momento.
Da mesma maneira que a SESAI, indica que essa população foi estimada com base nos dados do SIASI e atendendo as especificidades da ADPF 709, mas as bases de dados não são públicas para monitoramento.
Quem registra as informações sobre os povos indígenas na base da RNDS?
A mesma página, com a nota sobre as populações alvo da campanha, apresenta um breve parágrafo indicando que a realização da campanha – no que se refere aos povos indígenas – deverá ser feita em conformidade com o funcionamento dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) nos diferentes municípios.
Entende-se, portanto, que a SESAI, através dos DSEIs, é responsável pelo registro de informações na rede.
Quem são as pessoas indígenas reconhecidas pela RNDS?
Não é possível reconhecer quais os parametros ou metodologia usada para definir o recorte e estimativa da população indígena. Não é informada a fonte ou base utilizada, além de não informar quais os territórios contemplados.
Coordenação-Geral do Programa Nacional de Imunizações (CGPNI/DEIDT/SVS/MS)
1ªdose
2ª dose
Indígenas vacinados com a 1ª dose identificados através do grupo prioritário
1ª dose
2ª dose
Indígenas vacinados com a 1ª dose identificados através do campo raça/cor
Contador verificado em:
29 de março de 2021, às 16:44
Um pouco sobre o Programa Nacional de Imunizações (PNI)
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) foi criado em 1973 com o objetivo de coordenar as ações de imunizações que se caracterizavam, até então, pela descontinuidade, pelo caráter episódico e pela reduzida área de cobertura.
O programa foi responsável pela erradicação da varíola e poliomelite no Brasil, já no fim dos anos 80.
O PNI é parte integrante do Programa da Organização Mundial da Saúde.
Sobre a base de dados da vacinação
As informações do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (PNI) podem ser baixadas integralmente e com dados desagregados.
A base apresenta caso a caso, de forma anonima, contendo informações de localização, idade, sexo, raça/cor, grupo prioritário, dose da vacina e qual o tipo de vacina aplicado em cada pessoa.
Tentando reconhecer a população indígena registrada no SI-PNI, foram contabilizados através de dois filtros, raça/cor (indígena) e grupo prioritárioa (povos indígenas).
Por que as bases da RNDS e do SI-PNI apresentam números diferentes se são ambas de responsabilidade do Ministério da saúde?
Os monitoramentos apresentam diversas disparidades de dados, principalmente pelos atrasos na alimentação da informação nos sistemas e na sua transferência de dados de uma base para outra.
Plano de vacinação
A luta da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil junto ao Supremo Tribunal Federal, através da ADPF 709, e a mobilização dos povos indígenas no enfrentamento da pandemia garantiram que os povos entrassem no grupo prioritário da vacinação, mas ainda temos muita luta pela frente para que esse direito seja cumprido.
Acompanhe os informes técnicos que o Governo Federal está disponibilizando com informações sobre as distribuições de doses por estado e para os povos indígenas.
Plano de vacinação
A luta da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil junto ao Supremo Tribunal Federal, através da ADPF 709, e a mobilização dos povos indígenas no enfrentamento da pandemia garantiram que os povos entrassem no grupo prioritário da vacinação, mas ainda temos muita luta pela frente para que esse direito seja cumprido.
Acompanhe os informes técnicos que o Governo Federal está disponibilizando com informações sobre as distribuições de doses por estado e para os povos indígenas.
Em 2020 o movimento indígena lutou para que os povos indígenas fossem grupo prioritário da campanha de vacinação contra o covid-19
A luta da APIB junto ao Supremo Tribunal Federal, com a ADPF 709, garantiu a inclusão dos povos indígenas como grupo prioritário na vacinação contra Covid-19.
APIB RECORRE AO STF PARA GARANTIR VACINAÇÃO DE INDÍGENAS
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil entrou com pedido de medida cautelar, em caráter liminar, no Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 28 de janeiro, para garantir a imunização de todos os indígenas no país, independente do lugar onde residem. A ação busca incluir indígenas que vivem em contexto urbano e em terras não homologadas, excluídos pelo Governo Federal do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19.
“É preciso entender – de uma vez por todas – que a identidade étnica independe do local onde o indígena esteja.
Ou seja: ninguém deixa de ser indígena pelo fato de estar na cidade trabalhando e/ou estudando”.
Munduruku
Xukuru
Ashaninka
Kayapó
Xavante
Perguntas frequentes sobre as vacinas
A seção de perguntas e respostas sobre a vacina foi construída em colaboração com profissionais da saúde e com participação da FioCruz.
Quem deve ser vacinado no país?
Todas as pessoas acima de 18 anos, com exceção das grávidas, puérperas e pessoas com alergias graves.
Por que os indígenas estão no grupo prioritário?
Os grupos prioritário foram criados por causa da falta de doses para uma vacinação ampla da população.
Assim como outros grupos sociais, como idosos institucionalizados e profissionais de saúde, os indígenas tem maior risco de exposição e de morte pela COVID-19, e por isso estão no grupo prioritário.
No entanto, foi através da ADPF 709 protocolada no STF pela APIB e da luta do movimento indígena que os povos foram colocados como grupo prioritário obrigatório para a vacinação da COVID-19.
Quanto tempo entre a primeira e a segunda dose?
Varia de acordo com o tipo de vacina. Atualmente dois tipos estão sendo distribuídos e aplicados:
a) COVID-19 (produzida pela parceria AstraZeneca e Fiocruz) , cujo intervalo de doses é de 12 semanas;
b) CoronaVac (produzida pela parceria Sinovac e Instituto Butantan), cujo intervalo de doses é entre 2 a 4 semanas.
Posso tomar doses de diferentes tipos de vacina contra COVID-19?
Não, você deve tomar o mesmo tipo de vacina na primeira e segunda dose.
Se tomar a primeira dose e não tomar a segunda no prazo estipulado a vacina perde o efeito?
Não. O potencial de imunização é menor, mas você deve tomar a segunda dose.
Preciso apresentar documento para vacinar?
Sim, é necessário o CPF ou Cartão SUS, o registro é para controlar qual tipo de vacina foi aplicado e garantir que a segunda dose seja da mesma marca.
É possível ter alguma tecnologia dentro da vacina? Um microchip, por exemplo?
Não existe tecnologia que possa ser colocada dentro da vacina. Não existem chips em forma líquida.
Eu tive sintomas de Covid às vésperas. Posso ser vacinado?
Não. É preciso esperar o desaparecimento dos sintomas e o término do tratamento.
Eu tive COVID-19, preciso ser vacinado?
Sim, mesmo quem já teve a doença, deve ser vacinado.
O tratamento precoce ajuda a potencializar a vacina?
Não existe tratamento precoce, existe tratamento para os sintomas e complicações da COVID-19.
O tratamento precoce prejudica a vacina?
Não é recomendado o uso de remédios se não houver doença. Por isso, não existe tratamento precoce. A melhor prevenção é a vacina.
Quem estiver fazendo tratamento precoce não precisa da vacina?
Não existe tratamento precoce para a covid-19.
O que posso sentir depois que tomar a vacina?
Poucas pessoas podem ter algum tipo de reação. O sintoma mais comum é dor no local da injeção. Mais raramente pode haver outros sintomas gerais como diarréia, náusea, cansaço, dor de cabeça/corpo ou febre. Você deve informar a equipe de saúde se perceber qualquer desses sintomas.
Quais cuidados devo tomar depois da vacina?
Não é necessário mudar alimentação, rotina ou atividades depois da vacina. Mas é necessário manter os mesmos procedimentos de prevenção: uso de máscara, lavar as mãos, evitar locais fechados.
Já estou totalmente imunizado depois da primeira dose?
Não, é necessário tomar as duas doses da vacina e ainda aguardar algumas semanas. Depois disso, as chances de transmissão diminuem, mas ainda existem.
Cuidados no momento da vacinação?
Não aglomerar, usar máscara.
Pode um membro só da família tomar e os outros já estarão livres do contágio?
Não. Todo mundo que puder se vacinar, deve se vacinar. A proteção coletiva só ocorre quando mais de 90% das pessoas tomam a vacina.
Qual a vantagem de tomar a vacina?
Essas vacinas eliminam quase totalmente os casos graves e morte pela COVID-19. Assim, se você tiver a doença, somente terá sintomas leves.
Quem mora distante da cidade é obrigado a tomar?
Sim. Isso evita que no futuro a pessoa possa ser contaminada.
Depois de tomar a vacina do SUS posso tomar uma vacina comprada?
Não existem vacinas à venda. O recomendado é tomar a vacina disponibilizada pelo SUS.
Se tomar a primeira dose e não tomar a segunda no prazo estipulado a vacina perde o efeito?
Não. O potencial de imunização é menor. Mas a orientação sobre o prazo depende do tipo de vacina que você tomar.
A vacina imuniza contra outras variantes do vírus?
Isso está sendo pesquisado e monitorado. Até o momento as vacinas se espera que sejam capazes de combater as variantes já identificadas.
A vacina perde o efeito depois de algum tempo ou tem validade?
Quantas doses a pessoa deve tomar e qual o intervalo entre elas?
A vacina é eficaz contra as variantes que surgem?
Cuidados na hora de se vacinar
SE UMA PESSOA ESTIVER VACINADA JÁ PROTEGE O RESTANTE DA FAMÍLIA?
Por que os indígenas devem se vacinar?
Cuidados após a vacinação
Por que é importante se vacinar?
Estamos vivendo momentos de cura!
A ciência do povo Karuazu saúda a chegada da vacina contra Covid-19, no município de Pariconha, em Alagoas!
Por que os indígenas são grupo prioritário nas campanhas de vacinação?
Em terra sagrada os rezos ficam mais fortes.
Somos luz no universo.
Ações positivas nos faz aproximar ainda mais do nosso Gyak.
Que permaneça a força dos Marét.
Seguimos!
Neste vídeo a companheira Dra. Sofia Mendonça e o companheiro Dr. Douglas Rodrigues do Projeto Xingu colaboram com alguns pontos importantes sobre a vacinação. Estão circulando muitas informações falsas. Precisamos estar mobilizarmos e garantir o direito de acesso à vacina de todos os povos indígenas no Brasil. Vacina para todos os parentes já!
Munduruku
Xukuru
Ashaninka
Kayapó
Xavante
Arraste pro lado e veja quem já se vacinou!